AUTOPUBLICAÇÃO X PUBLICAÇÃO POR EDITORA

AUTOPUBLICAÇÃO X PUBLICAÇÃO POR EDITORA

Um comparativo entre a publicação tradicional, e o novo método de autopublicação, usado pela Radar Livros, e responsável pela maior mudança da produção literária dos últimos anos.



Outrora vistas com desconfiança, as ferramentas de autopublicação dão a tônica no mercado editorial dos dias de hoje.

Mais do que a autonomia sugerida por seu nome, sua grande vantagem consiste na economia gerada pela sua utilização, seja na produção do livro, como em todas as áreas correlatas, tanto para o autor como para o seu leitor. Como resultado, uma facilidade imensurável gerada e uma concorrência desleal para o modelo tradicional das grandes editoras.

Confira abaixo uma relação de suas principais vantagens, bem como um comparativo com o, até outrora insustentável, mercado editorial tradicional.

PRODUÇÃO

Na autopublicação, as gráficas utilizam o processo de produção por demanda. Isto é; um livro é solicitado pelo cliente e tal livro é produzido. Uma compra, uma produção.

No modelo tradicional, as gráficas produzem por tiragem. Ou seja, uma quantidade mínima é estipulada independente de quantos livros são necessários. Desta forma, os demais livros, não vendidos, acabam sendo igualmente custosos, geralmente para o autor, obrigado contratualmente a pagar por sua produção.

DISTRIBUIÇÃO

Ferramentas de autopublicação são oriundas de uma web mais interativa, permitindo ao usuário gerar conteúdo. Exemplo desta relação é o livro da Radar. Como resultado, sua distribuição é facilitada, estendida para o mundo todo, na distância de apenas um clique. E como vantagem, o comprador pode receber o livro em casa, independente do país, ou de quão longe more do local de produção.

O modelo tradicional, por conta das limitações impostas pelo tipo de produção, é naturalmente mais focado numa só localidade. No caso, a quantidade gerada resulta num compromisso de venda in loco, inviabilizando ou dificultando o envio para outras praças. De igual maneira, a tiragem exigida acaba segurando a venda, uma vez que editoras (e autores) devem necessariamente, arriscar produzindo unidades antes da venda, ou esperar, forçando seus clientes a aguardarem a produção.

CONTRATO

As ferramentas de autopublicação são assim denominadas como plataformas em sua natureza funcional e legal. Por isso, abrem mão de um contrato, permitindo ao autor migrar, seja para um modelo semelhante, como para uma editora, quando o desejar.

Soma-se aos problemas supracitados a questão contratual. Onde, no modelo tradicional, o autor se vê obrigado a assinar um contrato de exclusividade de venda com a editora, geralmente com a duração de 5 anos. Tal período, inclusive, além de impossibilitar a venda do livro para outros selos, aprofunda o problema, forçando escritores e obras a estagnarem nesta situação sem o que fazer senão esperar.

ISBN

O mesmo se diz quanto ao ISBN, o sistema internacional de padronização de livros. Como as ferramentas de autopublicação não são, como já dito, editoras, a questão do ISBN se revela muito mais flexível. No caso, sua numeração pode ser reaproveitada ou mesmo cedida de forma gratuita ao autor e seu livro.

Já no modelo tradicional, o autor têm duas opções. Ou fazer, ele próprio, o registro no ISBN, pagando quantias que podem passar de R$200,00, ou permitir o registro por parte da editora que virá a publicar o seu livro. Tal relação, entretanto, é um dos maiores motivos de prisão contratual por parte do editor e do seu livro. Afinal, neste processo, a editora também será dona do ISBN.

EBOOKS

Ferramentas de autopublicação são caracterizadas pela facilidade inigualável de gerar um e-book. Na verdade, as ferramentas de autopublicação começaram, justamente, no ramo de livros eletrônicos. Para tal, basta o registro do autor e a conversão do material em capa fixa para o meio eletrônico.

No mercado tradicional, cabe a editora a opção por conversão. Muitas, inclusive, consideram o modelo pouco lucrativo, de baixa saída e retorno injustificável. Quando o fazem, oferecem o serviço ao autor, cabendo, geralmente, o mesmo pagar determinada quantia pelo referente.

RETORNO DE VENDA

Nas ferramentas de autopublicação, o autor estipula um valor acima do custo de produção do livro (royalties), que será, integralmente, revestido em seu lucro. Por exemplo; um livro é vendido pelo CreateSpace (ferramenta de autopublicação da Amazon) ao custo de R$23,00. Caso o autor deseje receber R$7,00 de royalties, basta decidir aumentar o seu preço para R$30,00.

No mercado tradicional, a mensuração do retorno vem pela porcentagem em cima do preço da capa. Isto é, o valor do livro no mercado. Geralmente, tal valor varia de 5% a 10%. Como exemplo, temos um livro vendido por R$30,00, cujo o autor terá um lucro de R$1,50 a R$3,00. Comparativamente, menos 50% de retorno que uma ferramenta de autopublicação o propiciaria.

PROMOÇÃO E PUBLICIDADE

Uma vez que a produção é barateada e a saída facilitada, o autor se sente à vontade para promover os livros nos canais que julgar conveniente. Da mesma forma, a possibilidade de usar mais de uma ferramenta de autopublicação, bem como vender o livro tanto no formato físico como digital, permite ao mesmo uma infinidade de opções de divulgação. Blogs, Sites, Redes Sociais, Rádio, Revistas... Potencialmente todas as mídias possíveis, bem como feiras e promoção in loco. Inclusive, além de facilitar a promoção, todo esse barateamento facilita também na hora de contar com parceiros que certamente o auxiliarão em networking, coaching e todos os esforços de marketing possíveis.

Uma das grandes ilusões do mercado editorial é quanto à publicidade de livros por parte de editoras e dos selos editoriais em geral. Acredite, na maioria das vezes, caberá ao autor todo o esforço para promoção e publicidade de sua obra. Mais do que isso, caberá a ele encontrar canais disponíveis e, até mesmo, consumidores em potencial. Se no meio literário atual, até grandes lançamentos têm enfrentado dificuldades de promoção, é certo que livros, ainda não tão famosos, jamais acharão o destaque.

VENDAS IN LOCO

Outra grande vantagem da autopublicação é quanto à venda consignada. Isto é, a possibilidade do autor ou envolvidos entrarem em contato com livrarias e estas venderem o seu livro em troca de parte do lucro. Tal valor pode variar, desde 10% até à totalidade do valor, embora geralmente transitem em 50%. Depende basicamente da negociação. Da mesma forma, esse modelo também pode ser usado em outros estabelecimentos, como feiras literárias, bancas de jornal, mercados e qualquer outro ponto comercial.

Embora haja toda a mística em torno da venda em livrarias, são pouquíssimos os escritores que conseguem tamanho destaque. Isso por conta do custo de manutenção do livro no local. Geralmente, são cobrados mais de R$1000,00 por semana para o livro permanecer em evidência. Custo que deixa inviável a aposta em jovens escritores e, até mesmo, consolidados escritores nacionais.

CONCLUSÃO

Mais do que benefícios a curto prazo, as ferramentas de autopublicação estão representando uma mudança profunda no mercado editorial, o que se traduz  numa melhora geral, seja para o público como, até mesmo, para algumas editoras.

De fato, enquanto as grandes e médias passam dificuldades, pequenos selos terceirizam sua parte gráfica, poupando custos, em troca de maior produção. Da mesma forma, novos livros são lançados, encontrando destaques tanto em portais como livrarias. E na ponta disso tudo, a leitura é estimulada, assim como a cultura.

É se baseando justamente neste princípio que a Radar foi lançada. E é almejando a satisfação, tanto do autor, como do leitor, que nos movemos sempre.